Íntegra da Coluna Erivaldo Carvalho, no jornal O Otimista desta sexta, 12/6:
Foi muito desafiador, para o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza, a estabilização das curvas de contágios e de óbitos pela covid-19 na Capital. Os grandes esforços pouparam milhares de vidas humanas e evitaram o colapso na saúde. Da mesma forma, está sendo um difícil teste a aplicação do Plano Responsável de Abertura das Atividades Econômicas”. A fiscalização nesta primeira semana de retomada gradual, com dezenas de estabelecimentos interditados e outras tantas aglomerações desfeitas, evidenciaram, claramente, o tamanho do gargalo posto. A surpreendente movimentação de pessoas nos últimos dias mostrou, também, que não há fiscais nem agentes de segurança suficientes.
O poder público deve, sempre, fazer sua parte, no limite de seu alcance. Mas os resultados esperados só virão com a colaboração efetiva de empresas e a conscientização da população. Ou isso ou começaremos a cogitar o recuo na lenta abertura econômica, diante de uma temida segunda onda – o que seria catastrófico para todos.
Auxílio insuficiente
Com a pandemia e consequentes perdas bilionárias, estados e municípios de todo o Brasil estenderam o pires para a União, no que resultou em um pacote de ajuda emergencial. Mas o resultado pode ser frustrante. Por dois motivos: o que chegar aos cofres estaduais e locais será bem abaixo da queda na arrecadação, e parte dos recursos poderá ser sugada por reajustes de folha e outros benefícios. Desenhado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o prognóstico mostra o quão austeros governadores e prefeitos precisam ser nos próximos meses – ou anos.
MP da intervenção
A Medida Provisória que prevê livre nomeação de reitores pelo ministro Abraham Weintraub (Educação), sem consulta à comunidade acadêmica, durante a pandemia, agita ainda mais o já conturbado clima no Congresso Nacional. Pelo menos três parlamentares cearenses se movimentam contra a “MP da Intervenção”: o senador Cid Gomes (PDT) e os deputados Denis Bezerra (PDT) e José Guimarães (PT).
Com emoção
É praticamente consensual que as eleições de outubro serão adiadas, mas não se sabe, exatamente, para quando. Algumas datas entre novembro e dezembro estão sendo cogitadas. No caso de Fortaleza, a indefinição do calendário poderá acarretar em uma dose extra de emoção, numa Cidade, historicamente, prodigiosa em disputas eleitorais emboladas e sem favoritos na reta final.