Consórcio NE e respiradores: o benefício da dúvida e o risco de politicagem

Deputado Delegado Cavalcante (PSL) é alinhado ao governo Bolsonaro / Reprodução Facebook

A conturbada relação dos governadores do Nordeste com o Palácio do Planalto já é uma marca dos atuais mandatos, e nada indica que será superada.

Pelo contrário. O mais recente embate, envolvendo a compra de 300 respiradores pelo Consórcio Nordeste, tem potencial para se estender ao pós-pandemia de Covid-19.

Sob intensa pressão em seus estados e correndo contra o tempo, os nove governadores desembolsaram, em abril, juntos, R$ 48 milhões para a compra dos equipamentos.

O Ceará de Camilo Santana (PT) entrou com R$ 5,4 milhões – uma cota-parte correspondente a 50 respiradores.

Até aí, tudo bem, não fosse o fato de a empresa Hemp Care nem entregar os equipamentos já pagos nem devolver o dinheiro. Chamando pelo nome certo, há forte cheiro de calote.

Há, por óbvio, o benefício da dúvida e muitas perguntas sobre como se deram as tratativas entre o Consórcio Nordeste e a Hemp Care.

Parlamentares bolsonaristas dos nove estados nordestinos já se articulam em torno do episódio. No Ceará, Delegado Cavalcante (PSL) integra o comitê interestadual.

Em Brasília, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) subscreveu ofício, enviado ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), presidente do Consórcio Nordeste, pedindo informações sobre as ações no combate à Covid-19.

Faz-se necessário virem todos os esclarecimentos sobre o que, efetivamente, aconteceu, o mais brevemente possível, para não cairmos no risco de, mais uma vez, a politicagem se sobrepor à luta contra o novo coronavírus.

O Blog do Erivaldo Carvalho voltará ao assunto.

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