Íntegra da Coluna Erivaldo Carvalho, no jornal O Otimista desta quarta-feira, 17/6:
Em tempos recentes, meados de junho em anos pares era época de muita especulação sobre os primeiros arranjos políticos, com vistas ao outubro vindouro. Com o calendário eleitoral em pleno desenvolvimento, as primeiras simulações de aliança eram conhecidas, e velhas e novas caras começavam a se (re)apresentar ao distinto público. Aos poucos, rodadas de entrevistas, debates e perfis publicados na imprensa convencional iam dando os contornos sobre quem iria sair na caça ao voto. Se nesse meio tempo houvesse pesquisas de opinião sobre a pré-temporada, a temperatura subia alguns graus, jogando pressão nas negociações entre grupos e partidos políticos. Também é desse período a profusão de “especialistas” em gestão e trato com o dinheiro público, que brotava de todos os lados – e para todos os gostos. Cada um, a seu jeito e modo, tentava chamar a atenção para os gargalos e as soluções que tinha para a Cidade, o Estado ou o País.
Há quatro anos, a minirreforma eleitoral reduziu à metade o período das campanhas eleitorais – de 90 para 45 dias – com início no meio do mês de agosto. Isso e uma série de outras restrições deixaram o período eleitoral um tanto quanto corrido e superficial. Agora, neste 2020, por conta da pandemia, teremos um pleito super atípico. Neste novo normal, as redes sociais deverão reinar. Isto é, se o tóxico ambiente digital receber um regramento mínimo, que nos permita pelo menos respirar. A conferir.
Receita política
Negociação política é arte que envolve muitas habilidades, como projeção certeira de cenários, cálculos eleitorais, pragmatismo na leitura do jogo, boa dose de blefe e frieza no momento da decisão. Isso, sem falar da estrutura e capilaridade partidárias e tempo no rádio e TV, fora outros pré-requisitos. É por essas e outras que muitos negociadores de primeira viagem miram na cabeça de chapa e não conseguem acertar sequer na vice.
General no Podemos
Ex-PSDB, partido pelo qual concorreu ao Governo do Estado, em 2018, o general Guilherme Theophilo desafivelou as malas no Podemos do senador Eduardo Girão. Em substituição a Plauto de Lima, presidirá a legenda na Capital. Previsível, cogitou-se que o político verde-oliva seria opção a vice do pré-candidato ao Paço, Capitão Wagner (Pros). Chance remota. O também militar da reserva procura um empresário ou nome da saúde.
Nem na guerra
Está nas convenções e tratados de guerra: civis, mulheres, crianças e serviços de saúde devem ser poupados e protegidos, em zonas de guerra. Em alguns conflitos armados, criam-se os chamados corredores humanitários – regiões neutras, por onde chega ajuda, como suprimentos e equipes médicas. Significa, claramente, que nem na guerra se pode tudo. Não há, portanto, explicação para o atentado, que por pouco vereadores de Fortaleza não cometeram, ao tentarem invadir o hospital de campanha do PV.