A pré-candidatura de Luizianne Lins e as batalhas que estão por vir

Ex-prefeita quer disputar a Prefeitura de Fortaleza pela quarta vez

Principal movimento da cena política local deste final de semana em Fortaleza, a indicação da deputada federal Luizianne Lins (PT), como pré-candidata na Capital, mostra como estão, até aqui, bem costuradas, internamente, as articulações da ex-prefeita.

Ato contínuo ao anúncio, Luizianne e seus principais apoiadores começaram uma espécie de segunda fase da estratégia: sinalizar, externamente, para os potenciais aliados – petistas que destoam da tese de candidatura própria e forças externas ao próprio partido.

Por esse ângulo, fica claro porque Luizianne e seu entorno, em vez de justificar a pré-candidatura petista à sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), trata de enviar mensagens para o governador Camilo Santana, o ex-secretário Nelson Martins, o “ótimo vice” Élcio Batista (PSB) e o camarada PCdoB.

Equivale a dizer que, adotando a narrativa de “caso consumado” e “página virada”, os luiziannistas vão empilhando mais sacos de areia na trincheira de resistência às pretensões do PDT de RC e FGs – e com o apoio do governador -, em ter o PT no mesmo palanque.

Experiente combatente – em vitórias e derrotas -, Luizianne e seus soldados sabem os embates que serão travados. E não serão poucos.

A favor da pré-candidatura de Luizianne há a farta artilharia que Ciro Gomes, um dia sim e outro também, aponta para Lula. Nesse quesito, a ex-prefeita e o ex-ministro são um espetáculo à parte.

Mas isso é pouco. Muito pouco para manter de pé uma candidatura a prefeita de uma metrópole com os intricados gargalos e potencialidades exibidos por Fortaleza.

Também se pode argumentar que além de ser uma candidatura em defesa de Lula, o PT é antibolsonarista. Repete-se o argumento acima. Com o acréscimo de que o partido do ex-presidente e da ex-prefeita vem perdendo o hegemonismo nesse campo.

O processo de 2018 e a dinâmica no Congresso Nacional de lá para cá mostram isso, claramente.

Defender Lula e atacar Bolsonaro correm o risco de ser tão somente tiros de distração, num cenário de guerra que se anuncia sangrento entre a candidatura do Paço Municipal e a batalhão que está se formando em torno de Capitão Wagner (Pros).

Resumo da opereta: o movimento petista do final de semana representa ocupação de território, no momento em que os bastidores políticos começam a fazer os primeiros teatros de guerra.

Mas as batalhas efetivas ainda estão por vir, alguns grupamentos sequer são conhecidos e ainda não se sabe a extensão do conflito.

Luizianne avançou algumas casinhas no tabuleiro. Mas precisa economizar na pólvora.

Ela pode precisar.

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