Não é segredo para ninguém que o deputado federal Capitão Wagner (Pros), até aqui o principal pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, mantém, para o bem e para o mal, ligações com o bolsonarismo.
Como sabemos, o espectro bolsonarista divide opiniões de norte a sul do País, com contornos mais acentuados no Ceará, governado por um filiado ao PT e berço político dos Ferreira Gomes.
Em Fortaleza, a maioria dos pré-candidatos, principalmente os governistas, aposta na vinculação de Capitão Wagner ao bolsonarismo como ponto de desgaste e rejeição do eleitorado ao nome do Pros.
Ocorre que está em vias de consolidação a candidatura do deputado federal Heitor Freire (PSL) ao Paço Municipal.
Sem entrar no mérito das chances de Freire, plataforma político-eleitoral do PSL e demais variáveis, pelo menos um fato novo já pode ser considerado: o benefício à candidatura de Capitão Wagner.
Explica-se:
A possível candidatura de Heitor Freire, com apoio direto e declarado do presidente da República, faria do concorrente do PSL o legítimo representante do bolsonarismo na corrida pela sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
No hipotético cenário de Freire ser uma espécie de candidato para-raios, Capitão Wagner teria um fardo a menos para carregar ao longo da campanha eleitoral.
Wagner tem trabalhado para atrair o máximo de partidos para o palanque dele – inclusive o PSL de Freire.
Mas aí é questão de calcular, com a prancheta na mão, o que teria mais custo-benefício.
Outra coisa: é provável que uma vez competitivo na disputa eleitoral, o nome do Pros siga combatido pelos adversários diretos. Até mesmo ser vinculado ao bolsonarismo – mesmo com o presidente da República em outro palanque.
Mas isso é o tipo da situação que caberá somente ao eleitor avaliar.