Até poucas semanas atrás, Jair Bolsonaro era um leproso político. Os adversários mais otimistas acreditavam que, sob intensa artilharia político/midiática, acusações e desarticulação de seu governo no enfrentamento à pandemia, o hóspede do Planalto chegaria em frangalhos à campanha eleitoral.
Não está sendo bem assim.
O Datafolha mostrou, na última quinta/13, que o presidente atingiu sua melhor avaliação, desde o começo do mandato. Neste sábado, o mais acreditado instituto de pesquisa do País revelou que para 47%, Bolsonaro “não tem culpa nenhuma” pelas 100 mil mortes por Covid-19.
Não fossem os riscos de aglomeração humana, a maioria dos dirigentes partidários, pré-candidatos, marqueteiros, consultores e afins, todos com prancheta na mão, estariam se acotovelando numa sala, revisando, ajustando – talvez, refazendo – suas estratégias.
Quem sobe, quem desce e quem fica parado diante das espantosas novidades trazidas pelo Datafolha?
Por enquanto, todos ficam onde estão. Ainda é muito cedo para que um novo cenário, sem os clichês do antibolsonarismo, seja considerado na corrida por prefeituras e cadeiras de vereador.
Os índices do Datafolha formam um retrato da média nacional. Cada realidade local sofre variáveis específicas – como é o caso de Fortaleza.
Mas não custa nada os antibolsonaristas encomendarem mais café, convidarem mais “especialistas” para o staff das pré-candidaturas e providenciarem salas maiores.