A autonomia que pode gerar dependência

BANCO CENTRAL a caminho de se tornar autônomo

A oposição esperneou, mas não teve jeito. Por 339 votos a 114, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta (10), a autonomia do Banco Central do Brasil. A matéria, já validada pelo Senado, vai agora ao 4º andar do Palácio do Planalto, onde deverá virar lei. Sinal de amadurecimento institucional, a nova fase do “banco dos bancos” remete ao mercado nacional e internacional um forte posicionamento da principal autoridade do setor no País. Responsável, entre outras atribuições, pela organização do mercado financeiro e política monetária – a autarquia passará a atuar, a partir de agora, sem a interferência dos humores e interesses políticos do governante de plantão.

A autonomia do Bacen passou quase três décadas cozinhando discursos governistas e oposicionistas. Mas foi preciso somente meia dúzia de sessões para ser aprovada, graças à determinação do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que debutou na parceria política com o governo, apoiador da medida. Rodrigo Maia (DEM-RJ) mantinha a pauta no rodapé da 43ª página de sua lista de prioridades legislativas. Os 339 votos obtidos pelo governo são bem acima dos 302 tirados por Lira-presidente. Ele tem a Casa na mão. Isso pode significar que a autonomia do Banco Central deixou o presidente Bolsonaro dependente do centrão.

Votos do chefe Lira, não de Bolsonaro
Os números da votação que deu autonomia ao Banco Central (339 a 114) foram da ordem de três para um. São votos suficientes, por exemplo, para aprovar, com folga, uma Emenda à Constituição, para o que bastam 308 deputados a favor. Por esse ângulo, esse é o tamanho da base aliada e da oposição na Câmara. Mas atenção: não são, necessariamente, votos do presidente Bolsonaro. São votos do centrão, chefiado por Lira, que mostrou ter o controle da maioria folgada da Casa. Eis a diferença, que deverá embasar uma fatura política, mais cedo ou mais tarde.

Câmara Municipal: previdência, prova e fidelidade
Ao enviar a reforma da previdência para a Câmara Municipal, o prefeito José Sarto (PDT) aproveita o início de mandato, quando, geralmente, o capital que ainda ecoa das urnas pode fazer a diferença. Mas a primeira prova não será somente do chefe do Executivo. Os vereadores aliados terão, diante de si, a chance de mostrar o nível de fidelidade.

O papel da Arce na qualidade administrativa
Bem ranqueado entre Unidades da Federação nos quesitos governança e qualidade administrativa, o Ceará conta, para tal, entre outros nichos de excelência, com a Arce. A Agência Reguladora do Estado desenvolve trabalho contínuo que, no conjunto, se traduz em eficiência dos serviços públicos. É o que diz o presidente Hélio Winston Leitão.

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