A justiça selvagem do “acovardado” Supremo, “três anos depois”

Deputado atacou ministros do STF em vídeo

A decisão do ministro Alexandre de Morais que prendeu o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), a confirmação unânime do plenário da Corte e a manutenção da clausura do parlamentar, pelo juiz Aírton Vieira foram, no conjunto, mais do que uma resposta aos inaceitáveis ataques à democracia brasileira. Foi, também, uma atitude simbólica do Poder Judiciário. A reação a Silveira aconteceu quando vinha sendo requentada a história do tal tuíte-pressão sobre o STF, de 2018, quando o colegiado tomaria decisão que poderia favorecer o ex-presidente Lula. E é quase o mesmo Supremo “acovardado”, como dissera Lula, em março de 2016.

A prisão de Daniel é cheia de controversas. A começar pelo próprio Morais. O ministro é, ao mesmo tempo, relator, juiz e presidente do inquérito anti fake news e atos antidemocráticos. Além disso, esticou a baladeira para considerar o flagrante delito que alcançaria Silveira. Sem falar que a desconsideração da imunidade parlamentar e ampla defesa rendem discussão extra. Porém, no melhor estilo “a Justiça tarde, mas não falha”, o Judiciário agiu em bloco e saiu das cordas. Não dá para dizer se foi vendeta, porque aí seria, justamente, o contrário do que o Judiciário deve ser. A vingança é uma espécie de justiça selvagem. Mas é o que temos para hoje.

O silêncio de Bolsonaro
Independentemente dos meandros da prisão do deputado Daniel, o Judiciário jogou, politicamente, num lance que, por tabela, atinge Bolsonaro, de quem o deputado-presidiário é fã de carteirinha, ventríloquo e imitador da performance circense. O presidente silenciou, no conhecido e previsível movimento pendular. É compreensível. Não é do feitio dele socorrer quem quer que seja, se isso significar ficar mal na foto da opinião pública brasileira. Particularmente, nessa nova fase, em que todas as atenções começam a se voltar para as urnas de 2022.

Fiscalizar é preciso
Estamos sob regras mais duras contra a disseminação do vírus da covid-19. Particularmente, em relação ao toque de recolher, uma espécie de antessala do lockdown, propriamente. Mas vigiar é preciso. Por vários motivos: para haver os resultados esperados, ser justo com os que obedecem e, principalmente, punir quem desobedece – e são muitos.

Sinal dos tempos
O duelo entre as vereadoras Priscila Costa (PSC) e Larissa Gaspar (PT), pelo comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, vai além de briga por espaço político. É uma amostra de como petistas e bolsonaristas não se misturam no legislativo municipal. Larissa levou a melhor, mas Priscila foi à Justiça. Aguardemos.

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