O complexo tabuleiro político que levará à disputa de 2022

No Ceará, rumos de Camilo Santana ajudará a definir chapa majoritária


Há tantas variáveis, incógnitas e indefinições no disforme cenário político nacional que é praticamente impossível projeções analíticas para além de algumas semanas – e olhe lá. A soma da extensão da pandemia com desdobramentos da CPI da Covid, decisões do STF, rumos do centrão, resultados da economia e humor do brasileiro pode resultar em qualquer coisa em 2022. Feita a advertência, o desafio maior dos estrategistas que apontam a seta para o Palácio do Planalto é, exatamente, tentar dar algum sentido ao quebra-cabeças. Quem conseguir o diagnóstico mais preciso sairá à frente. Quem não puder ou não quiser fazer isso é candidatíssimo a figurante de luxo.

Na cena local, a nebulosidade não é muito diferente. Particularmente, por ser aqui a base política de Ciro Gomes (PDT), um dos players do jogo palaciano. O fato de Camilo estar indo para o final do segundo mandato embaralha um pouco mais, já que ficará em aberto a composição da chapa majoritária governista. Quem será o candidato a governador, a vice e a senador? Lembremos que a definição do palanque da situação interfere na formação da chapa da oposição. Mais: a julgar pela TPC (tensão pré-CPI) entre personagens de peso da política cearense, haverá pontes de interesses entre Brasília e Ceará. Some-se a isso os demais fatores listados no início.

A mistura de CPI com gestões
Pelo manual, gestões públicas devem ser descoladas de processos eleitorais, sob pena de serem contaminadas, encurtadas ou, no pior dos casos, inviabilizadas. A CPI da Covid pode caminhar célere para embolar esse meio de campo. Não somente no plano nacional, já que as investigações terão tentáculos em estados e municípios. Num adágio popular, “o pau que dá em Chico dá em Francisco”.

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