Judicializada, CPI da Covid precisa apresentar resultados concretos

Sede da cúpula do Judiciário brasileiro, de onde tem saído as principais decisões sobre a CPI da Covid / DIVULGAÇÃO


Ato 1: o STF manda o Senado instalar a CPI que investiga ações, omissões e responsabilidades de governos no manejo da pandemia de covid-19; ato 2: a corte suprema do Judiciário brasileiro deu a depoentes o direito a ficarem calados; ato 3: está escrito nas estrelas que os ministros togados dirão que governadores não se submetem a CPIs do Congresso Nacional; ato 4, também no script: independentemente do relatório – ou relatórios, já que deve haver o oficial e o “paralelo” -, os resultados do inquérito parlamentar irão às barras do tribunal. Ou seja, o Senado, a mais ilustre casa política nacional, segue sob pressão de decisões que lhe dizem o que e como fazer. 

São as regras da institucionalidade, pelas quais se estabelece os limites das próprias condições do jogo democrático que está sendo jogado. Perfeito. Mas o enquadramento do Senado da República da forma como vem sendo feito pelo Supremo é mais do que isso. Significa que o colegiado onde, em tese, coexistem os personagens públicos mais experimentados da nação, há muito perdeu a capacidade de construir as próprias saídas para impasses e conflitos. A CPI da Covid, portanto, precisa ter consequências e desdobramentos práticos e objetivos, sob pena de haver desgaste para a instituição, beirando a desmoralização, antes, durante e depois.

Bola quicou de volta para opositores
A terceira semana de oitivas na CPI da Covid fecha com o grupo majoritariamente antibolsonarista em viés de alta. Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas devolveu a bola aos opositores e independentes, ao dissecar o cronograma de negativas e desavenças do Ministério da Saúde, no segundo semestre de 2020, diante de ofertas da vacina Coronavac, pela China. Ancorado em provas, Dimas foi técnico, seguro e tranquilo. Segundo ele, a atitude do governo brasileiro acarretou atraso na produção do imunizante. Grosso modo, isso pode ter significado muitas vidas.

A volta, aos poucos, do normal
O retorno, gradativo, dos serviços públicos prestados pela Assembleia Legislativa à população cearense mostra, para além do amparo aos que dos benefícios necessitam, a busca da reconexão da Casa com a sociedade. Marcada para o início de junho, a retomada também é um esforço simbólico e inspirador de que a vida, aos poucos, está – e precisa -, voltar ao normal.

Qualidade não tem idade
Ascensão na vida pública, de forma linear e contínua, é para poucos. E não há idade certa para isso. O novo e o tradicional podem exibir as mesmas qualidades. E, às vezes, até dividir o mesmo espaço e mesa. São os casos do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, no segundo mandato, e do primeiro-secretário da Casa, Antônio Granja, indo para o sétimo.

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