Rearranjo no espectro político-partidário brasileiro pode atropelar polarização

Da Coluna Erivaldo Carvalho, do jornal O Otimista, desta quarta/29:

A um ano das eleições presidenciais, cenário ainda é indefinido / Wilson Dias/Agência Brasil

Por mais de uma vez, aqui foram mencionados os prejuízos e riscos envolvidos na famigerada polarização projetada entre o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-Lula (PT) – convenientemente alimentada pelos respectivos grupos. As perdas são de ordem qualitativa, já que tudo que o Brasil não precisa é de um Fla x Flu medíocre e superficial. Já a ameaça está nos interesses dos próprios envolvidos. Por exemplo: e se um dos dois hoje pré-candidatos não confirmar presença no páreo? Especificamente o lulopetismo, que já definiu o antibolsonarismo como mantra, terá tempo hábil e elementos suficientes para desmontar e remontar tudo?

As últimas semanas têm sido férteis na fecundação de um novo rearranjo no espectro político-partidário brasileiro. Praticamente todas as siglas se movimentam. Fusões, reposicionamentos e troca-troca partidário começam a pintar no horizonte. No pano de fundo, há a clara percepção de que, embora Bolsonaro e Lula tenham, precocemente, subido ao ringue da sucessão ao Planalto, não é esse o confronto que a plateia quer – e nem o que o Brasil precisa. Ambos têm rejeições altas –  tanto que são mutuamente repelentes. Um grande arco de alianças, do centro-esquerda à direita, e a reativação do antipetismo, podem atropelar os dois principais nomes atualmente postos.

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