A vitória de Erinaldo

Da coluna Erivaldo Carvalho, do jornal O Otimista, desta sexta/19:

O presidente reeleito da OAB-CE, em entrevista à TV Otimista / Reprodução

Um total de 7.226 advogados inscritos na OAB-CE disse “sim” a mais três anos de gestão liderada por Erinaldo Dantas. Sávio Aguiar teve 5.417 votos; Daniel Aragão, 945. Foram 284 em branco e 369 nulos. Em torno de 14,3 mil profissionais compareceram às urnas, de um universo apto com cerca de 20 mil votantes – regulares adimplentes. Os números acima poderiam tornar inevitável a discussão sobre a representatividade do presidente reeleito diante do tamanho da categoria, a força da oposição e a expressiva abstenção. Poderiam. Isso é o de menos. Política não é feita de números, e sim de pessoas, com suas perspectivas pessoais, sociais e profissionais.

Dito isso, é justo considerar a eloquência dos 6.362 advogados que disseram “não” à reeleição de Erinaldo. Como registrado aqui, na última quarta-feira (17), as representações institucionais sofrem um abalo geral. As classistas idem. A OAB não foge à regra. No primeiro discurso após o resultado, o presidente reeleito falou em “unir a classe”, dar mais atenção assistencial e interiorizar mais a instituição. Pode ser um ótimo recomeço e diz muito dos pontos levantados acima. Reeleição é faca de dois gumes. Tem as vantagens inerentes de disputar voto escanchado no cargo, mas traz consigo um dilema adicional: o reeleito tem de olhar, ao mesmo tempo, para o para-brisa e retrovisor.

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