Os efeitos da possível candidatura presidencial do União Brasil no palanque de Capitão Wagner

Deputado federal tem promessa de presidir partido no Ceará / Agência Câmara


Embora não tenha dito quem será, o União Brasil diz que terá candidato à Presidência da República. A informação oficial veio esta semana, em peça de propaganda, assinada pelo partido, em espaço televisivo reservado pela legislação eleitoral. Meio surpreendente, a posição do comando nacional da legenda deverá impactar a sucessão no Ceará. Particularmente, na formação do palanque da oposição ao Palácio da Abolição e na estratégia de campanha, propriamente.

Vejamos. Até aqui, se tudo der certo e nada der errado para os oposicionistas, o deputado federal Capitão Wagner (hoje no Pros) passará a presidir o União no Estado. É com essa sigla que o parlamentar quer ser cabeça de chapa para bater voto com o nome pedetista. Essa é a grande aposta. O UB, resultado da fusão PSL-DEM, lembremos, é a maior agremiação partidária do País, assim como o mais endinheirado e latifundiário no rádio e TV. É muita força política.

Mas, se o União Brasil tiver – se isso não passar de um blefe, muito próprio do período pré-eleitoral -, candidato ao Planalto, como ficará a futura candidatura do Capitão no Ceará? Ainda está muito, muito cedo para conclusões. Até porque ainda falta a entrega do comando do UB a CW. Ainda há indícios de que o governismo cearense ainda não jogou, totalmente, a toalha na disputa pelo partido. E, obviamente, falta Luciano Bivar, ACM Neto e companhia encontrarem o nome que tope usar o figurino de presidenciável.

Wagner e o bolsonarismo no Ceará
Na linha das conjecturas, caso o União Brasil tenha candidato ao Planalto, Capitão Wagner não poderá entrar, oficialmente, na campanha de Bolsonaro no Ceará; o bolsonarismo, onde Wagner poderia faturar um filão de votos, ficará, no mínimo, dividido. Um dado concreto: no mês passado, os capitães – Bolsonaro e Wagner – juraram fidelidade mútua. O cearense chegou a dizer, durante agenda presidencial, no Cariri cearense, que iria sair em defesa de obras e projetos federais no Estado. Esses e outros desdobramentos podem ter imensa repercussão já agora, na montagem da chapa. É disso que se trata quando entra em jogo uma das mais certeiras e dinâmicas variáveis da política: a expectativa de poder.

As estrelas nacionais do UB
Pelo que vem sendo veiculado, são quatro as estrelas nacionais do União Brasil, nessa ordem de importância, a saber: os manda-chuva presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), e o ex-prefeito de Salvador (BA) ACM Neto, hoje tesoureiro da sigla. Bivar e ACM eram, respectivamente, presidentes nacionais do PSL e DEM, de cuja fusão resultou o novo partido. No segundo bloco aparecem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e a senadora Soraya Thronicke (MS). E só.

Mais uma colcha de retalhos
Bem ao estilo dos grandes partidos nacionais – exceção honrosa ao PT -, os grupos políticos brasileiros são colchas de retalhos regionais, em que cada um manda cacique num pedaço. Por isso, a enorme dificuldade de um nome natural surgir como presidenciável. É, exatamente, o que está acontecendo com o União Brasil. Bivar chegou a ser cogitado. Parece não ter vingado. Houve namoricos com o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro (Podemos), cujas conversas passaram de mornas a frias.

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