Os caminhos de Capitão Wagner

Opositor ao Governo do Ceará, parlamentar presidente o União Brasil no Estado / Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O pré-candidato ao governo do Estado, Capitão Wagner (União Brasil), vai para a disputa com chances reais de ser eleito. Ele lidera um grupo político forte; é bom de discurso e debate; tem capilaridade nas redes sociais; terá muitos recursos financeiros à disposição e contará com generosa fatia do tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV. Do outro lado haverá um grupo que, embora emita sinais de fadiga de material, está montado nas principais estruturas políticas do Ceará e diz ter um projeto em andamento.

Eis o ponto. Estarão em jogo os resultados – satisfatórios ou não -, entregues pelos governistas, e o projeto alternativo, a ser apresentado pela oposição. Aqui começa o grande desafio de Wagner, para transformar as “chances reais” em resultado efetivo, na apuração dos votos. Licenciado do mandato de deputado federal, o pré-candidato vem se dedicando a duas frentes: estruturação partidária e alianças políticas em todo o Ceará e planejamento de campanha.

Todo programa de governo pressupõe um rigoroso diagnóstico da realidade, área por área. Saúde, educação, segurança, infraestrutura, saneamento, meio ambiente, emprego, cultura, esporte etc, e o mais importante: finanças. Como está a arrecadação do atual governo? Quais as prioridades? Montada, a avaliação crítica será a base, na qual se assentarão as propostas que o candidato vai vender ao eleitor. Grosso modo, Wagner terá de identificar a dor do cearense e como pretende aliviá-la.

Auxílio Brasil e as eleições
Há poucos dias, a imprensa local trouxe um dado que chamou muito a atenção: há mais cearenses cadastrados no Auxílio Brasil, ou seja, que dependem, diretamente, do programa de distribuição de renda, do governo federal, do que trabalhadores com carteira assinada. São 1,299 milhão contra 1,197 milhão. Somos, tecnicamente, um estado de pessoas pobres. Dois comentários. 1: os dados reforçam pelo menos a metade do mote da oposição, “estado rico, povo pobre”. 2: por outro lado, temos aí uma potencial arma política, já que o governo Bolsonaro é o responsável pela ampliação da cobertura social. O fenômeno, inclusive, ajuda a explicar a sensível melhora do mandatário nos recentes índices de intenção de voto. Bolsonarista, Wagner poderá tirar proveito disso.

A paixão do militar
Estigmatizado no início da carreira política com a pecha de militar, Capitão Wagner vem ampliando a visão de gestor público, que pretende ser, e a liderança que exerce no setor de segurança pública. Em depoimentos nas redes sociais, define o policial militar como “profissão linda” e se diz apaixonado pela carreira. E, claro, defende mais autonomia, equipamento e condições para que as forças prestem melhor serviço à população.

“Nosso projeto é amplo”
Wagner, na hipótese de ser o próximo governador do Estado, dará, por óbvio, atenção especial à segurança pública. É o que faz um governante educador na sua área ou um médico na saúde. O pré-candidato do União Brasil destaca, porém, investimentos em vários setores. “Nosso projeto é amplo”, diz, nas redes. Lá, também destaca haver um “time” de especialistas nos mais variados quadrantes da administração pública.

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