Rejeição a Bolsonaro pode vitaminar União Brasil

Com rusgas domésticas e desembarque político, Bolsonaro tem futuro incerto / Divulgação

A rejeição recorde ao presidente Bolsonaro, que segundo o Datafolha chega a 59%, é uma boa notícia para o PT de Lula e uma excelente informação para o União Brasil – a nova maior força política da Câmara dos Deputados.

Para o lulopetismo, o índice não é motivo de plena alegria porque o próprio Lula, na mesma pesquisa, aparece com 38%, com tendência de subida, à medida em que o ex-presidente for atacado por seus adversários.

Já Bolsonaro, com força da caneta, tem chances de remover parte da montanha que o separa da popularidade, desde que reduza a auto sabotagem a que se assiste dia sim e outro também.

Entre parlamentares do DEM e PSL, de onde saiu o UB-44, a sensação deve ser de alívio ao, pelo menos formalmente, não mais se identificar com a atual gestão federal.

O movimento de distanciamento do bolsonarismo já vinha sendo sentido nas últimas semanas. As crises e rusgas domésticas criadas pelo centrão é um bom parâmetro para se medir a aceitação – ou não -, do presidente da República.

O resultado final da CPI da Covid poderá ser a pá de cal nas pretensões do ex-capitão do Exército em tentar ficar mais quatro anos no Palácio do Planalto. Ele mesmo vem colocando em dúvidas a candidatura à reeleição.

Até porque vai depender, muito, dos resultados práticos da plataforma política do União Brasil. O bloco vai, efetivamente, ter um nome viável? Se a reposta for “sim”, deveremos assistir a um gradual isolamento político do presidente.

Voltando ao PT, o ideal era que Bolsonaro não desistisse. Afinal, seria um passeio disputar voto com um presidente recordista em rejeição.

Mas, a quase um ano da eleição e ainda com tantas variáveis em aberto, é cedo imaginar algo do tipo.

Melhor mesmo é esperar para sabermos qual o efeito da rejeição a Bolsonaro no União Brasil, que passa a ter diante de si a possibilidade de acenar para os que rejeitam o atual e o ex-presidente.

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