O peso da cota ministerial de Lula no próximo governo do PT

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília / Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A política instituiu uma espécie de direito canônico aos eleitos: a livre nomeação de parte expressiva de seus principais auxiliares. No Brasil, convencionou-se chamar isso de cota pessoal. No próximo governo do PT, pelo menos cinco ministros deverão atender a esse critério, sob as bênçãos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

São eles: Frenando Haddad (PT, Fazenda), Rui Costa (PT, Casa Civil), Flávio Dino (PSB, Justiça), Marina Silva (Rede, Meio Ambiente) e José Múcio (sem partido, Defesa). Os primeiros anúncios devem acontecer nas próximas horas ou dias. Uma forte característica liga o quinteto: a inquestionável confiança política por parte do próximo presidente da República.

Mas há muito mais. As cinco áreas são absolutamente estratégicas e imprescindíveis para os resultados da gestão e o sucesso político do futuro governo petista. Para cada uma, Lula pretende encaixar um chefe com larga experiência, respeitado e bom trânsito.

Eis uma das grandes diferenças entre os governos sainte e entrante. Com pouquíssimos quadros qualificados e inexperiente no comando da gigantesca máquina federal, Bolsonaro fez de sua cota pessoal um show de improviso. Já Lula, se muito der certo e pouco der errado, tem potencial para conseguir imprimir sua marca e colher bons frutos.

O que quer o PT com Haddad no Ministério da Fazenda

Ex-prefeito está em ascensão no PT / Agência Brasil

Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), perdeu as últimas três eleições que disputou. Entretanto, parece ser ele o nome que melhor representaria o projeto de continuidade do PT no poder. Se confirmado na Fazenda, vai pegar o ministério de um governo que sinaliza que será muito gastador. É uma boa estratégia. Para seguir dando as cartas em Brasília, o partido precisa recuperar parte de sua capilaridade popular perdida.

A PEC e a vitória no Senado
O placar folgado na aprovação da PEC da Transição no Senado Federal, na última quarta-feira (7), indica alguns sinais. Entre eles, a factível construção de uma base aliada lulista consistente no Congresso Nacional. O governo do PT deverá ser bom articulador. O segundo aspecto é a provável facilidade com que a reserva de R$ 145 bilhões para o social será aprovada pelos deputados federais. Isso, para inquietação do presidente, Arthur Lira (PP-AL), que planeja criar dificuldades para vender facilidades.

Teatro
Unindo teatro e dança, o Grupo Arte de Viver apresenta a montagem Sina. A apresentação aborda crueldade, abuso, alienação e ética profissional. É fruto da Oficina Teatral Permanente – curso profissionalizante, que há mais de duas décadas forma atores e atrizes no Ceará. Dias 9, 10 e 11 de dezembro, às 19h. (85) 99104-3360.

Resíduos
O projeto de lei enviado pelo prefeito José Sarto (PDT) à Câmara Municipal de Fortaleza, prevendo um novo marco na coleta de resíduos sólidos na Cidade, animou o debate entre vereadores. Faz parte. Barulho político à parte, a base aliada na Casa tem lastro para aprovar a proposta. A não ser que a matéria seja judicializada, como já se cogita.

Chico Lopes: o homem e o político

O ex-deputado cearense, durante homenagem, em Brasília / Divulgação

Ele nasceu Francisco Lopes da Silva, num 13 de agosto, há 83 anos. Negro, de origem pobre, tinha tudo para dar errado. Não foi assim. Com exemplos de vida, o querido Chico Lopes se fez líder, professor e político respeitados. Entre as lições do mestre, estão as lutas pela redemocratização do País, campanha pela Anistia, Diretas Já e movimentos contra a carestia. Na vida pública, foi vereador de Fortaleza, deputado estadual e federal. Foram mais de 30 anos de digna representação parlamentar, sempre em defesa dos trabalhadores. Esta semana, a Câmara dos Deputados agraciou Chico com a Medalha Mérito Legislativo de 2022. Justíssima homenagem e belo reconhecimento. Parabéns!

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