Com o retorno do PT ao Palácio do Planalto, a política está de volta, como dizem os aliados do governo. Em certa medida, isso é saudável. Areja a democracia. Quando passa do ponto, entretanto, traz potenciais prejuízos.
É o caso da inoportuna, casuística e equivocada ofensiva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. De currículo incontestável, o chefe do “banco dos bancos” virou alvo de governistas, porque não cede à pressão pela queda da taxa básica de juros.
É a vontade política tentando atropelar o perfil técnico. Para Lula, o presidente do BC dos sonhos seria alguém que submetesse as metas de inflação, cujo controle é uma conquista história do País, à cantilena do consumo desenfreado, a partir de políticas intervencionistas.
A propósito de medidas artificiais, para agradar ao grande público, o governo Dilma Rousseff adotou os métodos na conta de luz, preço dos combustíveis e juros do cartão de crédito. Na reta final de seu governo, o País estava afundado.
A mesma Dilma está em vias de ir para a presidência do banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A ex-presidente não tem o perfil, segundo quem conhece o currículo dela de perto. Mais uma vez, é a vontade política atropelando as questões técnicas.