Por que Danilo Forte é o relator da LDO de 2024
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma das matérias regulares mais relevantes do Congresso Nacional. Vejamos alguns pontos.
A LDO estabelece metas e prioridades para o orçamento do ano seguinte – é a base da Lei Orçamentária Anual (LOA).
O projeto é a principal regra de equilíbrio entre receitas e despesas. Também amarra transferências entre entes públicos e privados.
Também passa pela LDO a indicação sobre a quantidade de recursos que o governo pretende economizar.
Sinaliza, ainda, o aumento de despesas com pessoal – reajustes e concursos -, investimentos e financiamentos públicos.
Então, por que caiu no colo do deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) – não sendo ele um governista de primeira hora -, uma das funções mais importantes deste primeiro semestre do governo Lula?
E por que justamente o deputado cearense, que no ano passado comprou briga com meio mundo para baixar o imposto de gasolina, energia e outros produtos e serviços?
A resposta
São vários os fatores que remetem a uma possível resposta.
Para começar, tirando-se a força de expressão, a LDO não caiu no colo do deputado do Ceará.
Em Brasília, ou o político se dedica ao mandato, com muito trabalho, ou é engolido. Há vários cearenses nessa situação.
Não é o caso de Danilo. Rodado na Capital Federal, o parlamentar tem interlocução com praticamente todas as forças do Congresso.
O cearense é preparado. Está acima da média dos pares em matérias orçamentárias. É bom em entrevistas e desenrolado em debates.
Próximo ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), Danilo é visto como parlamentar de palavra. Não promete o que não pode cumprir e cumpre o que diz.
Com esse perfil, o deputado do União Brasil-CE foi indicado por Lira para a relatoria da LDO de 2024.
O peso de Danilo Forte no UB e sua relação com a cúpula da legenda também contribuíram.
A nomeação dele faz parte de uma extensa negociação com outros partidos na Casa, que incluiu a relatoria do orçamento e o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Isso rende voto?
Para concluir: ser relator da LDO rende votos, além do prestígio? Sim e não. Vai depender das interlocuções que resultarão no texto do relatório a ser votado.
Sempre será importante que representantes em Brasília estejam no centro das discussões nacionais. São eles que abrem portas. Mas isso não é tudo.
O Ceará tem exemplo recente de político que gostou demais da própria voz e passou a priorizar os holofotes nacionais – esquecendo da aldeia. O resultado, todos conhecem.