Os prédios que estão sendo licenciados pela BLD Desenvolvimento na região da Sabiaguaba não têm aval da Prefeitura de Fortaleza, conforme enfatizou o prefeito Roberto Cláudio, em nota divulgada nas redes sociais neste final de semana.
Também via comunicado oficial, a empresa diz que o empreendimento não fica na área de dunas.
O Ministério Público Estadual (MPCE) entrou no caso. A polêmica está no ar.
O chamado Conselho Gestor da Sabiaguaba, que aprovou a demarcação do loteamento, na última quarta/8, é formado por 20 membros – autoridades ambientais da Capital e do Estado, inclusive -, e representantes da sociedade civil.
Foram 14 votos a favor, dois contra, uma abstenção e três ausências.
Intrincado pela legislação ambiental, o assunto é um cipoal de detalhes técnicos. Mas num ponto já está mais claro do que a luz do Sol refletida nos montes de areia branca da região: é uma bomba política.
A temperatura nas redes sociais subiu, como deverá acontecer em parte da Cidade, caso, na opinião dos que discordam do megaempreendimento, os prédios sejam erguidos.
A oposição conhecida e tantos outros que têm o, digamos, senso de oportunidade, já fazem muito barulho no meio ambiente online.
O rebuliço não chega a ser novidade, num momento pré-eleitoral, tendo como pano de fundo o suposto avanço da iniciativa privada sobre um dos santuários naturais de Fortaleza.
Em dimensão maior ou menor, a sucessão do prefeito Roberto Cláudio passará pelo debate em torno do bolsonarismo e suas trombetas de fogo e desmatamento da Amazônia.
Há, evidentemente, muita distância no mérito.
Mas essas diferenças – de escala, inclusive -, informações distorcidas e/ou pela metade, costumam virar um mero detalhe na narrativa de quem quer impor sua verdade.
Isso serve para todos os lados.