Com indicação de general para Petrobras, Bolsonaro dobra a aposta

Bolsonaro indica general  para ser o novo presidente da Petrobras. MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL

A indicação, pelo presidente Bolsonaro, do general Joaquim Silva e Luna para presidir a Petrobras, é um claro sinal de que, ao contrário do que muitos projetavam, o presidente não manteve a lógica de desdizer ou amenizar declarações anteriores. Enquanto os mercados mundo afora sentiram e reagiram às críticas à estatal, por causa dos preços de combustíveis praticados no País, ele dobrou a aposta. Nesse sentido, o mandatário seguiu o manual: com o ataque à empresa, um dia antes, lançou um balão de ensaio sobre o que viria a ser um dos inimigos públicos do custo de vida do brasileiro e do Custo-Brasil. Agora, com a indicação de Luna, a estratégia cristalizou-se.

A Petrobras é uma empresa de capital aberto, com acionistas do mercado financeiro. Atua sob as leis da oferta e procura etc e tal. Bolsonaro sabe disso desde quando era vereador no Rio de Janeiro – onde fica a sede da petroleira. Mesmo assim, de uma cajadada só, fez acenos simpáticos aos caminhoneiros – parte de sua base política, que transportam o Brasil em rodovias de todo o País -, e ao público em geral. Afinal, quem acha bonito levar um susto toda vez que vai abastecer? A rigor, a mistura inflamável de interesses não chega a ser novidade. Em governos anteriores, a empresa entregava combustíveis a preços abaixo dos custos.

Bolsonaro, narrativa anti-ICMS e a reforma tributária
Governo algum propõe reforma tributária para perder arrecadação – a não ser em circunstâncias conjunturais específicas. Bolsonaro não será o primeiro. Começa a tramitar no Congresso Nacional a tão badalada reformulação desse sistema no Brasil. Um dos pontos será o ICMS. Na semana passada, Bolsonaro, mais uma vez, investiu contra o principal imposto estadual, dizendo ser o tributo um dos responsáveis pelos altos preços dos combustíveis. Percebem como a narrativa anti-ICMS tem aderência às futuras discussões no Congresso sobre partilha do bolo tributário?

A cobrança de vereadores de Fortaleza
Os sindicatos, de maneira geral, agem com muita pressão sobre parlamentares, em discussões que põem em risco seus direitos. Na Câmara Municipal de Fortaleza não está sendo diferente, com vereadores sendo cobrados, enfaticamente, no âmbito da reforma do Sistema Previdenciário Municipal, em debate na Casa.

A estratégia duvidosa dos sindicatos
Cada vereador de Fortaleza com tendência a votar a favor das mudanças na previdência do Município está sendo “caçado”. Em algumas situações, carros de som estacionam em frente a residência, para darem o recado. A estratégia funciona? Muito difícil. Na política, o barulho nunca substituirá o bom senso e o diálogo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *