A estratégia por detrás da candidatura de Érika Amorim ao Senado

Candidata ao Senado é ex-primeira-dama de Caucaia / Reprodução

A corrida majoritária cearense de 2022 está marcada, neste final de semana, pelo lançamento de Érika Amorim (PSD) ao Senado, na chapa encabeçada pelo candidato a governador, Roberto Cláudio (PDT).

A candidatura da peessedista acontece um dia depois de a Justiça Eleitoral retirar a federação PSDB-Cidadania do palanque pedetista.

Afeita a causas sociais, Érika é uma das melhores revelações recentes da política cearense. Notadamente, em mobilizações e ações em prol das mulheres, crianças e jovens – além de entender de gestão pública.

Mas esses são traços do perfil da jovem líder. Politicamente, é onde está a grande jogada que levou a ex-primeira-dama do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, a encarar o desafio.

Para entender melhor, é preciso olhar o município, que atualmente desponta como segundo maior colégio eleitoral do Estado – com mais de 220 mil eleitores, é o segundo a ter 2º turno no Ceará, depois de Fortaleza.

Por detrás da candidatura de Érika ao Senado, é necessário perceber, portanto, os recentes movimentos internos, no importante município vizinho à Capital do Estado.

Eleito com o apoio explícito do hoje candidato a governador pelo União Brasil, Capitão Wagner, o atual prefeito, Vitor Valim (sem partido), resolveu, por questões ligadas à administração, subir no palanque do também concorrente ao Abolição, Elmano Freitas (PT).

O petista também concorreu em 2018, quando Valim saiu vitorioso. Elmano ficou num distante terceiro lugar, com menos de 8% dos votos. Homem de partido, Elmano foi lá cumprir uma espécie de tarefa.

Voltando à corrida para a única cadeira em disputa disponível no Senado, pertencente ao Ceará. Nos últimos dias, foram efusivos os atos de campanha de Elmano em Caucaia. Aqui entra outro fator, absolutamente relevante: a contabilidade eleitoral.

Considerando-se a geopolítica do Estado, Caucaia é, depois de Fortaleza, o território prioritário a ser considerado, palmilhado e conquistado, para a corrida à sucessão da governadora Izolda Cela (sem partido).

Se Érika é boa de voto? É bom perguntar aos 86.320 cearenses que garantiram à ex-primeira-dama de Caucaia um mandato de deputada estadual – quase 2,8 mil votos a mais do que a votação do atual prefeito, no segundo turno.

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