Por que o PDT-CE deve apoiar – ou não -, o governo Elmano

Por que o PDT-CE deve apoiar – ou não -, o governo Elmano

Próximo governador foi eleito depois de rompimento político / Hiane Braun/Divulgação

Ainda rachado, internamente, desde o rompimento com o PT do governador eleito Elmano Freitas, o PDT-CE vai, oficialmente, ao divã político.

Para isso, o partido criou um grupo de notáveis, que definirá qual rumo o partido vai tomar em relação à próxima gestão estadual.

O PDT ainda é o grupo de poder mais relevante do Ceará – do ponto de vista quantitativo.

O partido controla a maioria das prefeituras cearenses, as principais casas legislativas do Estado e detém as maiores bancadas parlamentares.

Mas, saiu do processo eleitoral de 2022, em outubro último, com expressivas derrotas – estadual e nacional.

Desde então, numa encruzilhada, acumula intrigas internas e externas. O futuro é incerto.

Listinhas do 12
Diante do impasse, esta coluna separou motivos pelos quais o PDT deve – ou não -, apoiar o próximo governo eleito.

O partido elegeu 13 dos 46 deputados para a Assembleia Legislativa – é a maior bancada da Casa. Mas, lá, o grupo também está dividido.

Nas listinhas há seis fatores a favor do apoio e seis contra o apoio. Somados, dá 12 – o número do partido. Vamos lá.

Por que APOIAR Elmano
1 – Ceará: acima das querelas políticas e eleitorais deve estar o foco no futuro do projeto em prol do Estado do Ceará. O mais será digerido. O tempo cura.

2 – Civilidade: aliados há muitos anos no Estado, pedetistas e petistas devem demonstrar mais capacidade de convergência do que divergência. Isso é maturidade política.

3 – Benesses: ser aliado do próximo governo significa estar à sombra do poder, com nomeações e outras benesses. Muitos sabem o ardor do sol na oposição.

4 – Ocupação: pedetistas e petistas eram aliados até um dia desses. Se o PDT ficar de fora do governo, PT e outros aliados ocuparão seus espaços. Não há vácuo na política.

5 – Municípios: ser governista, em nível estadual, abre portas, amplia a visibilidade e aumenta a musculatura política. As eleições municipais de 2024 vêm aí.

6 – Brasília: o PDT nacional já é governo, está na transição federal e vai trabalhar – talvez, participar -, pelo governo Lula. Ser oposição no Ceará será sofrer duas vezes.

Por que NÃO APOIAR Elmano
1 – Adesão: antes da decisão, o PDT ensaia o discurso de que indo para os braços do governo, será pela afinidade com o projeto. É uma vacina contra a pecha de adesista.

2 – Explicação: já foi dito, por próceres pedetistas cearenses, que o eleitor enviou o partido à oposição. Se virar governista, terá de ficar, constantemente, explicando a decisão.

3 – Riscos: se der certo o PDT no governo Elmano, o partido será um apoiador retardatário. Se as diferenças políticas persistirem e der errado, a maioria poderá perder espaço e reputação.

4 – Contribuição: com a experiência e história que têm, pedetistas no Estado podem colaborar com o projeto pró-Ceará, mesmo na oposição. Não precisam, necessariamente, integrar a base.

5 – Respeito: política se faz com a cabeça erguida. Ganhou, leva. Perdeu, entrega. Às vezes, é melhor ser um opositor respeitado do que mais um governista.

6 – Sucessão: daqui a pouco tempo, começará a ser discutida a sucessão de Elmano. Se ficar na oposição, o PDT terá muito mais respaldo para propor um projeto alternativo.

E você, caro leitor, que itens acrescentaria ou retiraria de uma ou das duas listinhas acima?

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