Rixa entre Lira e Renan pode impactar governo Lula

O presidente da Câmara, pré-candidato à reeleição / Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Vejamos como interesses pessoais dão a tônica na política do Brasil. O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), lulista de primeira hora, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), seguem em pé de guerra, mesmo depois que o emedebista derrotou o pepista, na disputa para o governo de Alagoas, reduto eleitoral dos dois caciques. Lá, Paulo Dantas (MDB) bateu Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado por Lira.

Ocorre que o governo federal de transição se engraçou com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para legalizar o fura-teto, por onde deverão ser viabilizadas promessas de Lula. Lira é adepto convicto da PEC, por razões simples: com a Câmara na mão – leia-se mais de 300 dos 517 deputados, ele ficaria com crédito com o futuro presidente, a aponto, aliás, já ventilado, de o Planalto não se envolver na sucessão do dirigentes da Casa. Isso deixa o caminho aberto para reeleição de Lira.

Na prática, pode, também, significar sobrevida ao Centrão, propriamente, e ao orçamento secreto, um desses fenômenos que somente a política ruim é capaz de produzir. Lula, que prometeu acabar com o escárnio, já desconversa. É um péssimo sinal. Em Brasília, já circula a adaptação de uma velha frase: ou Lula acaba com as emendas do relator ou o mecanismo pode acabar com o mandatário.

Ganha força secretariado espelhado em ministérios

O futuro governador, Elmano Freitas (PT) / Denis Santana

Antecipado neste espaço, o governo de Elmano Freitas (PT) deverá ter alinhamento, sempre que possível, com ministérios do futuro governo Lula, em atribuições, funções e, claro, denominações. A confirmação veio do próprio petista, que admitiu a possibilidade. Com o chamado espelhamento, projetos, burocracia e demais tratativas entre as duas esferas de gestão devem ganhar mais agilidade e menos entraves – inclusive, políticos.

Quem será nomeado?
São cada vez mais intensas as especulações sobre quem comporá a Esplanada dos Ministérios, em Brasília e, no caso do Ceará, quem estará no primeiro escalão do Palácio da Abolição. É compreensível. Faz parte do jogo e do metiê – inclusive da cobertura jornalística. As apostas têm lá suas serventias. Podem ser vistas como espécie de balões de ensaio, por onde alguns perfis são testados, e podem servir para afagar egos, pelo fato de esse ou aquele ter sido citado. Só não servem para nomeações efetivas.

Em Brasília
Na Capital Federal, parece que cada quadrante da cobertura faz suas listas de nomeáveis para o próximo governo. Há casos, como o da Fazenda, em que onze nomes “disputam” a vaga de ministro. Terreno fértil para plantio dessa natureza, Brasília comporta e sabe lidar com pressões do tipo, em que partidos e mercados querem um lugar na foto, no dia da posse.

No Ceará
Por aqui, a orientação é fazer um diagnóstico profundo de cada secretaria, inclusive com os gargalos. O resultado será a base, pode onde o próximo governo será desenhado, com o organograma e os principais nomes a ocupá-lo. É o caminho mais seguro, por onde o governo Elmano poderá promover avanços.

Alece com pauta aquecida na reta final

Orçamento da União será debatido no plenário/Agência Alece

A Assembleia Legislativa do Ceará segue com pauta movimentada. Nesta sexta-feira (11), sessão especial debate a destinação das emendas de bancadas e proposta do tipo ao Orçamento da União. É por onde o governo do Estado pretende garantir parte dos recursos para projetos em andamentos ou futuros. O encontro contará com a presença do senador Cid Gomes (PDT), do presidente em exercício da Alece, deputado Fernando Santana (PT), deputados federais e estaduais, prefeitos e demais autoridades. Ontem, o Poder realizou reunião com representantes de provedores de internet banda larga e da Enel Ceará para mediar o debate sobre as taxas de compartilhamento de postes de energia.

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