Os bons sinais políticos que vêm dos parlamentos brasileiros

Os parlamentares Gardel, Evandro e Lira / Divulgação

Há, exatamente, um mês, era conhecido o próximo presidente da República, eleito num dos pleitos mais acirrados da história política brasileira.

Símbolos de um País rachado, os parlamentos, nos três níveis, viviam o ápice de campos de batalha verbal.

A beleza do contraditório dava lugar à desarmonia, alimentada pelo ódio.

Trinta dias depois, o mês de dezembro de 2022 entra sob os bons ares, que sopram da velha e boa política.

O diálogo parece estar voltando às casas do povo.

Câmara Municipal
Resultado de articulações, o vereador Gardel Rolim (PDT) deve ser eleito, nesta quinta-feira, presidente da Câmara Municipal de Fortaleza.

O consenso construído em torno do atual líder do prefeito José Sarto (PDT) na Casa inseriu o PSB de Léo Couto, que chegou a se pré-candidatar.

Na CMFor pesa o fato de Couto ter entrado na disputa representando, também, o PT, que rachou com o PDT e elegeu Elmano Freitas governador.

Outros aspectos da eleição de Gardel foram tratados por este colunista aquiaqui aqui.

Assembleia Legislativa
No Legislativo estadual, um acordo também ronda a formação da próxima Mesa Diretora, hoje dirigida pelo deputado Evandro Leitão (PDT).

O acordo na CMFor não tem força para determinar a eleição na Alece, mas deixou de ser um empecilho político a mais na tentativa de realiança PDT-PT.

Num bom cenário, Elmano poderá começar o governo com consolidada base aliada – fruto de diálogos com forças até um dia desses antagônicas.

Veja aqui aqui mais detalhes da reaproximação entre pedetistas e petistas.

Brasília
Na Capital Federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) igualmente está, praticamente, reeleito.

As maiores forças da Casa, aí incluídas o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula, juntaram-se ao PP de Lira.

São aguardados, por baixo, mais de 400 dos 513 votos à reeleição do atual presidente. Se houver outra chapa, será somente para marcar posição.

Concessões
É claro que todo acordo pressupõe concessões, justamente porque as forças envolvidas têm de sentar à mesma mesa, em busca de alguma convergência.

Também é verdade que todo recuo e acerto, a partir disso, trazem em si algum tipo de contradição ou de incoerência das forças envolvidas.

Mas política é isso. O essencial, quando as forças estão esgarçadas, é reconstruir pontes e reabrir janelas. O importante é dialogar.

Os refinamentos, moldados à dinâmica e interesses, vão acontecendo ao longo do processo.

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