O que Evandro Leitão no Governo diz da realiança PDT-PT

Presidente da Alece passou uma semana governador / Agência Alece

Política é feita de simbolismos. Isso vale para adversários, quando precisam medir forças, e vale entre aliados, quando querem valorizar um ao outro.

É nessa perspectiva que deve ser vista a passagem do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão (PDT), pela chefia do Executivo Estadual.

O pedetista conclui, neste domingo (27), o mini mandato de governador. O período começou na última segunda-feira (21), quando a titular, Izolda Cela (sem partido), viajou ao Exterior.

Originalmente, Evandro Leitão era, até março deste ano, o segundo na fila para assumir o cargo – depois da então vice-governadora.

Com a posse de Izolda, o Ceará ficou com o cargo de vice-governador vago. Assim, nas ausências da titular, assume, diretamente, o presidente do Legislativo Estadual.

Mais acesso
É sempre motivo de felicitação e animação políticas, no ambiente parlamentar, o chefe do Poder Legislativo assumir o posto mais relevante da esfera de poder.

Isso é relevante em municípios minúsculos, é extremamente importante no caso de presidente da República e, como no caso em questão, no Governo do Estado.

Em momentos assim, a maioria dos membros da Casa sente-se mais próxima do poder real. Inclusive, em relação ao acesso ao chefe do Executivo de plantão.

Do outro lado e conforme manda o figurino, o governador em exercício cumpre o pequeno período de mandato com o máximo de discrição possível.

Evandro Leitão – ou qualquer outro deputado estadual que estivesse na condição de presidente da Alece – teria, legalmente, o direito de assumir o Governo do Estado.

Mas não deixa de ser, também, um tipo de prestígio político, somente ofertado a valorosos aliados. Quando não, resistências e ruídos costumam vir à tona.

Fiador da reaproximação
Nesse contexto, vale lembrar que o presidente Evandro Leitão é um dos principais fiadores das tratativas que visam a reaglutinar o seu PDT e o PT do governador eleito Elmano Freitas.

Se o presidente da Alece, até pelo seu perfil conciliador, passar uma semana governador do Estado não ajudar nesse processo, complicar é que não vai.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado na pré-candidatura de Evandro à presidência da Casa. A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro de 2023.

O pedetista, que ao longo dos últimos dois anos construiu a sua bancada informal entre os outros 45 deputados, é franco favorito.

E assim a política vai caminhando, ora feita de simbolismos ora afeita a prestigiar aliados, em busca de objetivos e resultados maiores. 

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