A oposição ao prefeito José Sarto (PDT), na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), foi para o recesso parlamentar saboreando vitória, pelo menos pontual, sobre a gestão.
Na semana passada, os vereadores impediram a aprovação da isenção, na cobrança da taxa do lixo, para 70% dos imóveis da Cidade.
Na avaliação de Sarto, os opositores passaram a conta para toda a Cidade, quando somente os imóveis de médio padrão para cima iriam pagar. Foi isso mesmo.
A oposição diz que não cederá e que está disposta a seguir no debate, inclusive na Justiça, onde deu entrada em questionamentos.
É jogo jogado. A oposição, em minoria, tem o direito de procurar as brechas regimentais. Da mesma forma, a gestão usa as armas que tem.
A diferença é que enquanto a Prefeitura tenta implantar um sistema que poderá revolucionar o manejo de resíduos na Capital, a oposição olha para 2024. Só.
Isso explica por que os vereadores não quiseram votar as faixas de isenção da taxa – independentemente de serem contra ou a favor.
Foi uma forma encontrada de, dependendo da narrativa a partir daí, jogar setores da opinião pública contra o Paço Municipal.
Convocação
Neste janeiro que se avizinha, a Câmara Municipal deve ser convocada, em caráter extraordinário, para pauta única: discutir e votar as isenções.
O debate vai seguir. É o que a oposição quer. Quanto mais exposição, mais desgaste para o prefeito.
Experiente, Sarto sabe que a oposição está de olho nas eleições de 2024. Ponto. O mais é pregar no deserto.
Também chama a atenção vereadores do PDT – partido do prefeito -, votarem contra a orientação da gestão. Estão no lugar e no partido errado.
A propósito, Sarto está entrando na sua segunda metade do mandato. Concorrendo ou não à reeleição, precisará chegar a 2024 bem avaliado.
Nesse sentido, a peleja em torno da taxa do lixo é boa oportunidade para o prefeito identificar, efetivamente, quem é aliado e quem é oposição.