Os percalços – e as chances – do prefeito Sarto
A semana que chega ao fim foi marcada, no ambiente político local, por avaliações do prefeito de Fortaleza, José Sarto Nogueira (PDT).
Especulou-se sobre resultados administrativos e entraves políticos. Foram apontadas baixas perspectivas de um 2º mandato.
O pedetista tem direito a concorrer a mais quatro anos de governo. As eleições municipais serão em outubro de 2024.
Sarto virou o ano dividindo opiniões.
No balanço de 2022, destacou-se que a Prefeitura de Fortaleza cumpriu 64% das ações previstas para o quadriênio.
Foram efetivos os avanços na educação, saúde, urbanismo, meio ambiente, desenvolvimento econômico e juventude.
Desgaste e ajuste
Na outra ponta, Sarto sofreu desgastes em função do envio à Câmara Municipal e aprovação da taxa do lixo – necessária, mas polêmica.
O episódio foi, inclusive, o gancho da mexida que o prefeito promoveu nos 1º e 2º escalões da Prefeitura, na última terça-feira (3).
Entregar mais e melhor, particularmente na saúde, também foi o motivo da ciranda das cadeiras – assim como ajustar a base aliada na CMFor.
Cenário político adverso
O atual contexto político difere bastante de dois anos atrás.
Em 2020, Sarto foi eleito com o apoio do PT no 2º turno. Hoje, o PDT ligado ao prefeito quer ir para a oposição ao governo Elmano Freitas (PT).
Alojado no Palácio da Abolição, o PT, opositor na Câmara, volta os olhos para o Palácio do Bispo.
É nula a possibilidade de o PT não lançar candidatura própria em 2024. Já no PDT não é unanimidade a recandidatura de Sarto.
É possível virar o jogo?
Tempo hábil para isso há. Mas é preciso mapear os gargalos e fazer os movimentos corretos.
Sarto carrega forte imagem pública de continuidade das gestões Roberto Cláudio. O período foi exitoso. Tanto que fez o sucessor. Mas todo gestor precisa de marca própria.
Lembremos que RC vem de uma derrota fragorosa para o governo do Estado – com baixa votação em Fortaleza, inclusive.
Outro ponto. Apresentar bons resultados de gestão sempre ajuda, mas não é definidor de eleições. Vide Lúcio Alcântara, em 2006.
Tarefas para ontem
Construir e apresentar perfil de grande líder é o caminho. Prefeito de uma metrópole nacional não pode passar ideia de que é um síndico.
Reposicionamento no mercado político, mais interlocução com diversos setores e comunicação digital eficiente são tarefas para ontem.
Sem a execução do roteiro mínimo acima, é difícil fazer prognósticos com chances animadoras para o pedetista.
Na vida, crises e pressões abrem janelas de oportunidade. Na política, idem. Mas não acontecem por geração espontânea.