Os percalços – e as chances – do prefeito Sarto

Os percalços – e as chances – do prefeito Sarto

Prefeito cumpriu, até aqui, 64% das metas do mandato / Dário Gabriel/Alece

A semana que chega ao fim foi marcada, no ambiente político local, por avaliações do prefeito de Fortaleza, José Sarto Nogueira (PDT).

Especulou-se sobre resultados administrativos e entraves políticos. Foram apontadas baixas perspectivas de um 2º mandato.

O pedetista tem direito a concorrer a mais quatro anos de governo. As eleições municipais serão em outubro de 2024.

O consultor Leonardo Bayma, em entrevista à TV Otimista

Sarto virou o ano dividindo opiniões.

No balanço de 2022, destacou-se que a Prefeitura de Fortaleza cumpriu 64% das ações previstas para o quadriênio.

Foram efetivos os avanços na educação, saúde, urbanismo, meio ambiente, desenvolvimento econômico e juventude.

Desgaste e ajuste
Na outra ponta, Sarto sofreu desgastes em função do envio à Câmara Municipal e aprovação da taxa do lixo – necessária, mas polêmica.

O episódio foi, inclusive, o gancho da mexida que o prefeito promoveu nos 1º e 2º escalões da Prefeitura, na última terça-feira (3).

Entregar mais e melhor, particularmente na saúde, também foi o motivo da ciranda das cadeiras – assim como ajustar a base aliada na CMFor.

Cenário político adverso
O atual contexto político difere bastante de dois anos atrás.

Em 2020, Sarto foi eleito com o apoio do PT no 2º turno. Hoje, o PDT ligado ao prefeito quer ir para a oposição ao governo Elmano Freitas (PT).

Alojado no Palácio da Abolição, o PT, opositor na Câmara, volta os olhos para o Palácio do Bispo.

É nula a possibilidade de o PT não lançar candidatura própria em 2024. Já no PDT não é unanimidade a recandidatura de Sarto.

É possível virar o jogo?
Tempo hábil para isso há. Mas é preciso mapear os gargalos e fazer os movimentos corretos.

Sarto carrega forte imagem pública de continuidade das gestões Roberto Cláudio. O período foi exitoso. Tanto que fez o sucessor. Mas todo gestor precisa de marca própria.

Lembremos que RC vem de uma derrota fragorosa para o governo do Estado – com baixa votação em Fortaleza, inclusive.

Outro ponto. Apresentar bons resultados de gestão sempre ajuda, mas não é definidor de eleições. Vide Lúcio Alcântara, em 2006.

Tarefas para ontem
Construir e apresentar perfil de grande líder é o caminho. Prefeito de uma metrópole nacional não pode passar ideia de que é um síndico.

Reposicionamento no mercado político, mais interlocução com diversos setores e comunicação digital eficiente são tarefas para ontem.

Sem a execução do roteiro mínimo acima, é difícil fazer prognósticos com chances animadoras para o pedetista.

Na vida, crises e pressões abrem janelas de oportunidade. Na política, idem. Mas não acontecem por geração espontânea.

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