O desafiador cenário para o PDT-CE

O desafiador cenário para o PDT-CE

Partido elegeu 13 dos 46 deputados estaduais / Agência Alece

Três meses depois das eleições, líderes do PDT no Ceará ainda tentam absorver o impacto das duas derrotas eleitorais – para a Presidência da República e Governo do Estado.

O partido precisa se reerguer, para passar a mensagem de que tem um plano de desenvolvimento para o País, Estado e municípios cearenses.

Precisa, também, agir em grupo e tomar decisões coletivamente. Exemplo: dizer se aceita – ou não -, que seus filiados participem de governos.

Não foi o que aconteceu nos convites para deputados pedetistas entrarem na grade de secretários do governo Elmano Freitas (PT).

Números
Em nível nacional, o PDT é um partido de pequeno a médio. A partir de fevereiro, serão 17 dos 513 deputados federais – a nona bancada.

Dos 17, cinco parlamentares são do Ceará – quase 1/3 do total. Ou seja, para o Ceará, o PDT é expressivo, mas de pouco peso quantitativo na Câmara dos Deputados.

Na Assembleia Legislativa, a situação é inversa: o PDT começará a legislatura com a maior bancada – 13 das 46 cadeiras -, mas sem coesão nem força política à altura.

Não será surpresa se a bancada do partido na Assembleia minguar, ao longo dos próximos quatro anos.

Prefeituras municipais
Em 2020, o PDT passou de 48 para 66 prefeitos municipais cearenses – mais de 35% dos 184 – e continuou à frente da Prefeitura de Fortaleza.

Muitos gestores desembarcaram da sigla ao longo do processo eleitoral de 2022. A tendência é que vários outros, de olho nas eleições de 2024, façam o mesmo.

Será forte o assédio e grande a dependência administrativa de gestores municipais em relação ao Palácio da Abolição.

Como o PDT perdeu as eleições estaduais, pela lógica igualmente sofrerá prejuízos nas próximas eleições municipais.

É assim que funciona, tanto na ascensão quanto na decadência de ciclos políticos.

Para anotar agora e cobrar depois: o PT poderá fazer, no Ceará, o maior número de prefeitos de sua história no Estado.

A principal batalha no Estado, já prenunciada, será a disputa pelo controle da Capital, quando o prefeito José Sarto (PDT), se concorrer, tentará a reeleição.

Legendas cartoriais
Ainda o maior partido do Estado, em quantidade de prefeitos e bancadas parlamentares, o PDT-CE ainda não se reuniu para discutir os resultados de outubro.

É um erro. Ao assim proceder, a sigla se iguala a muitas outras legendas cartoriais, nas quais, passadas as eleições, cada um segue seu projeto pessoal.

Foi a falta de debate interno que levou o outrora forte PSDB no Estado ao fantasma do que já foi. E é o contínuo debate interno que faz o PT ser o que é.

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