Quando o pragmatismo vira a principal regra na política

Quando o pragmatismo vira a principal regra na política

Lançamento será no Plenário 13 de Maio / Máximo Moura/Divulgação/Posse dos Deputados

Há um clichê segundo o qual poder é como violino: pega-se com a esquerda, que posa de generosa, e toca-se com a direita, tida como insensível.

Ocorre que, em campanha eleitoral, cabe quase tudo, mesmo que na cara dura. Na gestão, todavia, a realidade costuma se impor e enquadrar os eleitos.

Muitas vezes, isso significa, na prática, a montagem de arranjos que viabilizem maioria nos parlamentos – uma difícil missão.

Três níveis
Não por menos o presidente Lula, conhecedor do baralho, está cedendo ao método “nomeações cá, votos lá” no Congresso Nacional.

Isso, poucos meses depois da guerra eleitoral com os mesmos subgrupos que fizeram juras de amor ao arquirrival governo anterior.

Na Assembleia, articulações da mesma natureza levaram parlamentares eleitos pela oposição para os braços do governo Elmano.

Em Fortaleza, dois vereadores que assumiram em definitivo, na vaga de oposicionistas, estão migrando para a base de Sarto.

Definições
Há quem defina a prática – universal a todas as forças políticas que chegam ao poder no Brasil -, de governabilidade.

Sem maioria, pelo menos numérica, nos parlamentos, governos ficam expostos. A pauta trava. O debate degringola. Instabilidades pululam.

Mas há, também, quem rotule o troca-troca de fisiologismo, incoerência, mercantilismo político e por aí vai.

A ciência política, geralmente mais polida, define o fenômeno como governabilidade e, em termos congressuais, de presidencialismo de coalizão.

Independentemente do apelido, o pragmatismo político, quando levado à lógica de que os fins justificam os meios, flerta com o abismo.

Foi pegando atalhos do tipo que o Brasil, na primeira gestão federal do PT, apresentou o mensalão ao mundo.

Promessas
A dinâmica ajuda a entender – ou explicar -, por que tantos chefes de Executivo não conseguem cumprir a maioria das promessas.

E por que, mesmo assim, poucos anos depois, lá estão eles, com os mesmos discursos – às vezes, somente customizados.

Mas aí cabe ao eleitor. Quando este não acompanha os mandatários, é meio caminho andado para os políticos fazerem o que quiserem com o voto que ele depositou na urna.

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