Experiente, o prefeito de Fortaleza, José Sarto Nogueira (PDT), vem intensificando as articulações para manter a governabilidade. O movimento acontece em meio a defecções de ex-aliados que, em meio ao tabuleiro que começa a ser montado para 2024, decidiram seguir outros rumos. Sarto aponta na direção correta. Fazer política é ter grupo e saber com quem contar.
Para o pedetista, é imprescindível manter – se possível, ampliar – a maioria na Câmara Municipal. Por dois motivos básicos: para além dos projetos para a Cidade que precisam do apoio da maioria, a segunda metade do mandato é sempre mais nervosa.
A propósito de disputa eleitoral, a oposição também se mexe. Nos últimos dias, membros mais à esquerda tem insistido na tese, frágil, de que o chefe do Executivo, ao abrir espaço para novos aliados, estaria indo em direção à direita. A leitura dos opositores é jogo jogado. Mas, na prática, Sarto está onde sempre esteve.
E é, exatamente, assim que vêm funcionando os governos de coalizão, em qualquer nível, nas últimas três ou mais décadas no Brasil. Na dúvida, pergunte a qualquer um dos que hoje tentam rotular o prefeito de Fortaleza os tipos de negociação que seus líderes maiores foram capazes de fazer.
Oposição tentará reedição do ‘nós contra eles’
Capital pode entrar no debate nacional / Marcelo Camargo/Agência Brasil
Também experientes, setores da oposição à gestão pedetista na Capital conhecem o baralho que estará à mesa.
Por isso tentam plantar a imagem de que Sarto estaria se movimentando rumo ao bolsonarismo. Faz parte do preparo de terreno. Para o PT, por exemplo, é estratégico que o adversário de 2024 tenha essa pecha.
Significa que, nessa perspectiva, haverá uma tentativa de nacionalização da disputa eleitoral no ano que vem. É a tal da guerrilha de narrativas do “nós contra eles”.