Argentina: mesmo ofendido, Lula deveria ir à posse de Milei

Petista deve colocar interesses nacionais acima dos pessoais / José Cruz/Agência Brasil

A intenção – ainda não é oficial -, do presidente Lula de não ir à posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, deveria ser repensada.

Segundo o assessor internacional Celso Amorim, um representante do governo federal vai à cerimônia, marcada para o próximo dia 10.

O petista teria ficado, digamos, chateado por ter sido chamado, pelo argentino, de “ladrão”, “corrupto” e “comunista”.

Em verdade, é uma situação absolutamente grosseira, institucionalmente falando, por um lado, e constrangedora, por outro.

Mesmo assim, Lula deveria ir e exercer o papel de liderença que tem na região.

Sem entrar no mérito da biografia ou governos – inclusive, o atual -, Lula é chefe de governo e de Estado da república mais relevante da América Latina.

A política sempre ofererce, para alguns, a chance de ser mais elevado do que os desafetos. Essa pode ser uma delas.

Já foi uma clara demonstração de insatisfação, de Lula, quando comentou o resultado eleitoral do último domingo, sem citar Milei.

Entende-se. Além das ofensas pessoais ao brasileiro, o resultado em si foi amargo para o lulopetismo.

Por aqui, havia torcidas organizadas para o peronista Sergio Massa.

Mas a eleição passou. Há uma extensa e urgente pauta de interesse bilateral entre Brasil e Argentina.

O Mercosul precisa ser reestruturado; a China avança sobre a América do Sul; Lula sinaliza Argentina nos Brics.

Não é hora de remoer derrotas, fazer beicinho nem se equiparar a Bolsonaro, que largou o mandato, para não passar a faixa a Lula.

Lula não ir à posse de Milei é um péssimo início de relação – que promete ser bem animada.

Ao que muito indica, daqui para lá e de lá para cá não faltarão provocações e comparações, dados os estilos políticos muito diferentes entre os dois governos.

Mas haverá tempo para isso. Para que essa pressa de o clima azedo começar já no dia 10?

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