Com culpa de Bolsonaro, centrão discutirá termos do contrato

Os presidentes Pacheco, Bolsonaro e Lira: de mãos dadas com o centrão

O governo Bolsonaro vem sofrendo uma derrota atrás da outra no manejo da trágica crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19. No Congresso Nacional, líderes do centrão, aliados de última hora, sentaram em cima dos pedidos de CPI – até o Supremo Tribunal Federal mandar instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado. Na sequência, o Planalto não conseguiu construir maioria no colegiado. Depois, não impediu que a relatoria ficasse com o emedebista Renan Calheiros – que dispensa apresentação. Agora, vê ministro e ex-ministros da Saúde fazerem fila indiana para depôr. Isso é o começo. O pior ainda está por vir.

Sem base aliada orgânica, Bolsonaro foi ao mercado político e locou o apoio do centrão. Em princípio, a operação parecia ser o suficiente. Mas vieram as variáveis, que como o próprio nome supõe, são de difícil controle – quando o são. Pelos primeiros sinais da CPI, indícios e narrativa que se forma em torno da culpabilidade do presidente, será muito difícil o governo, ao final do processo, não ser ferido gravemente. Voltando ao centrão: levante a mão quem considerar, nas condições acima, incondicional e devotado o apoio ao Executivo do grupo que hoje controla o Congresso. Mais do que subir o preço do aluguel, o grupo poderá discutir ou rescindir o contrato.

Um líder que cuida do futuro e do presente
Quem acompanhou o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no Capitólio, por ocasião dos 100 primeiros dias de governo, sentiu o gostinho de nação que tem líder, no melhor e mais amplo sentido do termo. O democrata tem um ambicioso e envolvente plano de futuro para o país, a maior economia do mundo. Nesse sentido, destacou a forte atenção que dará à infância escolar, onde tudo começa. Mas não se esquivou do presente, anunciando severos ajustes na taxação de grandes fortunas e salários. Foi aplaudido de pé, dezenas de vezes.

Negacionismo pode ser abandonado
Mesmo diante das evidências, é imenso o contingente de bolsonaristas – por definição, negacionistas. No conjunto, são pregadores de tratamento precoce, não aceitam protocolos sanitários, criticam decretos de isolamento social e, por consequência, são contra a vacinação como forma mais segura e estável de controle da pandemia. Mas isso parece estar mudando.

Seguidores locais já defendem vacina
Cada vez mais isolados, defensores de métodos bolsonaristas contra a covid-19 já sentem o cheiro da derrota na guerra verbal. Tanto que, no Ceará, já é cada vez mais explícita a defesa da vacinação, como mostram vídeos e depoimentos online de vereadores, deputados e assemelhados seguidores do presidente da República, na chegada de imunizantes no Aeroporto de Fortaleza.

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