O Estado do Ceará não deve esperar fortes emoções na montagem do primeiro escalão do futuro governo Elmano de Freitas (PT) nem grandes solavancos na condução da gestão, a curto e médio prazos. Explica-se.
Em entrevista exclusiva ao programa Política, da TV Otimista, desta terça-feira (18), o governador eleito, em 1º turno, no último dia 2 de outubro, apontou na direção da permanência de quadros administrativos que hoje compõem o Executivo Estadual.
A lógica é simples – e foi colocado, didaticamente, pelo petista.
Segundo o próximo governador, os resultados eleitorais do PT no Estado deu-se em função da força política do ex-presidente Lula (PT) e da aprovação dos governos Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (sem partido).
“Eu sou resultado de um trabalho coletivo, feito pelo governador Camilo e pela governadora Izolda em uma equipe”, enfatizou o governador eleito.
Em seguida, completou: “Essa equipe se mostrou muito exitosa. Então, eu tenho, efetivamente, uma avaliação muito positiva”, elogiou. “Governo é equipe. É trabalho coletivo. É colegiado”, observou.
Para o bom entendedor, o atual secretariado de Izolda, a rigor, alicerçado nos anos de governo Camilo, será muito bem aproveitado na cúpula do Executivo Estadual, a partir de janeiro de 2023.
Suprapartidarismo
Os focos de tensão, se houver, será na visão suprapartidária que terá o próximo governo, segundo Elmano. Ele citou vários partidos e nomes – alguns que já estão e outros que chegaram ao longo da disputa eleitoral.
Grifos nossos: fazer acomodações partidárias, justapondo-se a perfis técnicos, não é a tarefa mais fácil do mundo. Praticamente todos querem mais espaço do que o proporcional.
Transição
Já designadas, tanto da parte do atual governo Izolda quanto da futura gestão, as equipes de transição, disse Elmano, conhecem o governo.
Esse é outro ponto a ser observado.
Historicamente, vários, se não a maioria dos membros desse tipo de colegiado, são nomeados nos futuros governos.
O governador eleito, entretanto e por vias da dúvida, deixou protocolada a seguinte declaração: “Ninguém está descartado, inicialmente, e ninguém está garantido”, afirmou ele.
Fator Camilo
Elmano citou, como esperado, Camilo, em contextos elogiosos, em várias passagens da entrevista.
“A votação de Camilo (eleito senador) é, acima de tudo, o reconhecimento da pessoa e do trabalho dele como governador”, exemplificou.
O petista também deixou registrado: “O primeiro acerto de governador é saber escolher bem seu secretariado”, cravou.
Alguém duvida que Camilo será muito bem ouvido em todas as etapas do processo de transição, montagem e nomeações do próximo governo?
Campanha e governo
Na boa conversa na TV Otimista, Elmano garantiu, mais de uma vez, que o dito na campanha eleitoral dele vai ser perseguido para ser entregue aos cearenses.
Isso, segundo ele, será, inclusive, uma espécie de critério, para a montagem de sua equipe. Está corretíssimo.
“A transição é para preparar as ações daquilo com que nos comprometemos com o povo cearense”, garantiu.
Vale, portanto, o registro de uma máxima na política, de que toda campanha eleitoral começa no governo e que todo governo começa na campanha eleitoral.
Entrevistado Elmano, 16 dias depois de eleito governador no 1º turno, não se tem dúvida disso.
Isso se chama coerência.