Há dois personagens vitoriosos no convincente placar que levou a Câmara dos Deputados a acatar o arcabouço fiscal do governo Lula: o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP).
O primeiro mostrou, mais uma vez, que tem controle sobre os votos de que o governo precisou; o segundo articulou, ouviu e falou, pacientemente.
Este último deveria, inclusive, ensinar os líderes do Planalto, a quem sobra empáfia e faltou força política.
Criminalização versus 2026
Diferentemente da CPI do MST – controlada por bolsonaristas, agropecuaristas e policiais –, a CPMI dos atos de 8/1 será conduzida por governistas. O governo fez suas escolhas.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, com todas as críticas que se possa fazer, poderá ser criminalizado, ao final do processo.
Já a comissão que investigará o passo a passo das ações e omissões que levaram à baderna na Praça dos Três Poderes parece ser, para o Planalto, mais do que a declarada defesa da democracia: trata-se de uma narrativa que olha para 2026.