Enviado pelo Palácio da Abolição à Assembleia Legislativa, o mega pacote fiscal, tributário e administrativo passou, nesta terça-feira (14), pela Mesa Diretora.
Está na pauta do Plenário desta quarta-feira (15).
Ao longo do debate na Casa, governistas vêm atuando em duas frentes:
1 – Fazem defesas seletivas dos avanços que poderão vir, a partir da aprovação das propostas.
Entre os trunfos, creditados ao atual governo estadual, são citadas futuras ações de combate à fome e redução de filas de cirurgias eletivas
2 – Passam para o governo do ex-presidente Bolsonaro a culpa pelas medidas amargas que estão na fila de votação.
Entre os desgastes, debitados ao governo federal anterior, está a polêmica proposta de aumento do ICMS, associando-a a perdas de arrecadação.
O líder do governo, Romeu Aldigueri (PDT), citou, nesta terça, vários estados, governados por partidos de centro-direita, que já teriam majorado a alíquota do imposto estadual.
Modulação fina
A estratégia é conhecida: fatura-se politicamente, com o que é positivo, e minimiza-se ou se terceiriza o que é potencialmente negativo.
A modulação do discurso governista no Legislativo deverá ser ainda mais fina nesta quarta, no debate final, antes das votações.
Em síntese, os governistas cearenses sustentam a retórica de que o Ceará, administrado por Elmano, é uma fantástica ilha de governança, enquanto o Brasil herdado por Lula é uma montanha de maldições.
Teste e lição
O governo Elmano vai passar no primeiro teste político, na Assembleia Legislativa?
Sem dúvidas que irá.
Mas a questão não será a nota recebida pelo governo, traduzida na quantidade de votos de deputados aliados.
São as lições que deixarão de ser aprendidas – caso houvesse mais informações sobre o que está sendo discutido e será votado.
Não é um bom teste político votação sem debates profundos – baseada somente em posições pré-definidas.
O enfrentamento político maniqueísta tem pernas curtas.
Isso serve para governo e oposição, em qualquer tempo e lugar.
Tudo que é tratado como dogma esconde fragilidades.